quinta-feira, 2 de abril de 2009

Naquela noite linda, feita lua
Vesti-te de luar e maré-cheia,
Eras estrela azul, toda nua,
A reluzir na cor branca da areia.
E esse teu corpo jovem, cor de mar
Da minha alma triste, só, vazia,
Era toda a razão para te embalar,
Nos meus beijos de espuma e maresia.
Do mar encapelado, onde flutua,
A barca do meu sonho, a naufragar
Veio a razão do quanto se situa
Neste desejo meu de te encontrar.
Eis porque numa vaga de sargaços,
Limos, búzios de ouro... eu fui voragem,
Enchendo minhas mãos, corpo e braços
Com tudo o que me lembra a tua imagem!
Quando ancorei depois numa alta fraga,
Pus ante ti, meu sonho de grandeza
E foi já com os meus olhos rasos de água,
Que fiz da tua entrega uma certeza.
Hoje, é só de fugida que nos vemos,
E os corpos inundamos de luar.
Agora, que melhor nos conhecemos,
Como é tão pouco, o tempo para amar...
Se pulsa em nós o amor em cada veia,
Não deixes a nossa barca naufragar,
Que ela só tem luar e maré-cheia,
P'ra te vestir de novo ao pé do mar!

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